A CONTRIBUIÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES PARA FORMAR UM FUTURO SUSTENTÁVEL

As Smart Cities, ou Cidades Inteligentes, são ambientes urbanos que são monitorados, controlados e conectados, de alguma forma, à uma rede de dados compartilhados, elas deixaram de ser apenas um conceito ou um sonho do futuro, mas muitas delas já começam a ganhar corpo graças as soluções inovadoras baseadas, por exemplo, na Internet das Coisas (IoT) e o uso de tecnologias celulares e sem fio de baixa potência (LPWAN) para conectar e melhorar a infraestrutura, eficiência, conveniência e qualidade de vida para residentes e visitantes.
No ano passado (2024), a 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities (2024) premiou as dez cidades mais inteligentes do Brasil, utilizando para elaboração do ranking, 74 indicadores e 11 eixos, pesquisados em 656 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes, onde Florianópolis (SC) foi indicada como a cidade mais inteligente do Brasil, com 37,525 pontos, seguida de Vitoria (ES) 37,513 e em terceiro lugar São Paulo (SP) com 36,828 pontos.
Já no continente europeu, uma das cidades de maior destaque por sua inteligência é Amsterdã, na Holanda. A cidade tem como principal meio de transporte as bicicletas, mas não é só na área de mobilidade que o esforço inteligente da cidade se manifesta, são diversas atividades, projetos e parcerias envolvidas no programa público-privado Amsterdam Smart City (ASC), que abrange: mobilidade inteligente, habitação inteligente, sociedade inteligente, espaços públicos inteligentes, economia inteligente, Big Data, e laboratórios vivos. Inicialmente, o ASC teve foco em iniciativas que deixassem a cidade mais verde, muito atreladas ao conceito de cidades biofílicas, juntamente com as primeiras correntes ecológicas do urbanismo sustentável.
Nove em cada dez brasileiros viverão em áreas urbanas em 2030, segundo a ONU, e adequar a convivência, elevando a qualidade de vida dessa população, exige inteligência. Sim, as cidades inteligentes são o presente e o futuro primordiais para o desenvolvimento urbano, e elas estão ancoradas na gestão pública, na aplicação de tecnologias e, principalmente, no avanço das soluções de conectividade.
As cidades inteligentes utilizam a tecnologia da informação e comunicação com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, a eficiência da operação urbana, os serviços e a competitividade dentro dos fundamentos da sustentabilidade, atendendo, assim, às necessidades das gerações presentes e futuras por meio da resiliência.
As cidades inteligentes têm como meta oferecer aos seus habitantes alto nível de qualidade de vida, ao mesmo tempo em que possui extremo controle quanto ao consumo de recursos naturais, por meio de uma base de dados interconectada com a infraestrutura urbana.
Nesse contexto, posso afirmar que as cidades inteligentes são cidades resilientes, ou seja, o ecossistema que compõe determinado ambiente urbano é capaz de resistir a situações de crise por choques externos e reorganizar as mudanças para adaptação, a tempo de manter suas funções, estruturas, identidade e conexões.

Carlos Henrique Luques Ruiz
Advogado e Perito Contábil, Bacharel em Direito (FADAP) e Ciências Contábeis (UNISEB), especialista em Direito Tributário (ESCOLA PAULISTA DE DIREITO) e Gestão Pública com Ênfase em Cidades Inteligentes (UNIVERSIDADE ANHANGUERA), proprietário do escritório Ruiz Advocacia & Perícias Contábeis desde 1999.

*Texto sob responsabilidade do autor